terça-feira, 20 de março de 2012

Borboletas
   Menina bonita do laço de fita, cansara de ser a bonequinha da família, para ser uma borboleta. Acreditava que o seu sonho se tornaria sim, realidade.
   Mas ela foi crescendo e percebeu que isso nunca aconteceria.
   Até que um dia seu pai falou:
   -Filha, o que você sonha não se tornará possivel no mundo real, mas no mundo da imaginação, tudo pode acontecer!
   A menina viveu no mundo da imaginação durante muito tempo, mas percebeu que viver a infância era muito melhor.
   Infelismente a pobre menina acordou do mundo da imaginação tarde demais, pois já havia perdido sua infância, já havia crescido!
Autora: Ana Luiza Oliveira Mendonça

segunda-feira, 19 de março de 2012


Vó caiu na piscina
Carlos Drummond de Andrade
   -Pai, vó caiu na piscina.
   -Ué! Ta fazendo o que ela qué!
   -Mas pai! Ela caiu na piscina.
   -Devia tá com calor então.
   -Pai, você não entendeu...
   -Itendi sim! Sua vó caiu na piscina.
   -E você não vai lá?
   -Pra que? Sua vó já é bem crescidinha pro meu gosto!
   O filho desistiu de conversar com o pai e entrou dentro de casa.
   Sua mulher chegou, o avistou e falou:
   -Amor! Por que sua mãe esta se afogando na piscina e você ainda não foi lá socorrela?
   -Chiiiiii, então era isso que o filho queria dizetr!!!
    O homem foi correndo salvar sua mãe, a encontrou ainda na piscina, salvou-a, e depois que ela saiu, deu a bronca:
   -Eu mandei meu neto te chamar e você não veio, já sei o que é isso, aposto que você não entendeu o que ele falou!!! Você precisa prestar mais atenção no que as pessoas te falam, senão! Já pensou se eu não segurace na berada da piscina, teria morrido! 
  Adaptado por: Ana Luiza Oliveira Mendonça
Areia Branca
Carlos Drummond de Andrade
  Era um menino malandro, levava quase todo mundo na conversa! Estava no ônibus e precisava de 27 cruzeiros.
  -Preciso ir pra Areia Branca, será que você pode me ajudar com um dinheirinho?
   Conversa vai, conversa vem e já havia conseguido 20 cruzeiros.
   -Eba! Agora faltam só 7!
   Conversando com um senhor em tom natural, pediu para que ele interasse em sua passagem para Areia Branca.
   O senhor não resistiu e interou na sua passagem.
   O ônibus parou, e foisse embora o senhor não sei quem com destino a Areia Branca!
Adaptado por: Ana Luiza Oliveira Mendonça
Os pescadores
Carlos Drummond de Andrade
Hoje é domingo
Pé de cachimbo
Cachimbo é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Bate na gente
Agente é fraco
Muda o programa

   Num belo domingo quatro amigos resolvem pescar. Infelises e intediados por ainda não terem pescado nenhum peixe, avistam uma equipe de TV se aproximando.
   A equipe pede para filmá-los pescando mas eles avisam:
   -Ainda não temos peixe!
   -Não é problema, nós imprestamos! -Diz a repórter
   Filmaram os pescadores numa boa e quando acabaram, pegaram os peixes e avisaram que o programa apareceria em uma quinta!
   Deu quinta-feira estavam todos reunidos, com suas esposas e filhos.
   O programa começa, mostra os pescadores e a repórter fala:
   -Quatro homens em dia de trabalho, resolvem deixar seus trabalhos para ir pescar!
    A mentira falada na TV gerou uma pequena confusão, mas logo tudo se resolveu e foi servido refrigerante para as crianças e whisky para os adultos!
Adaptado por: Ana Luiza Oliveira Mendonça
A incapacidade de ser verdadeiro
Carlos Drummond de Andrade
     Pobre menino, vivia sempre mentindo! Cada dia uma história, cada dia uma mentira.
  -Mãe vi dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
     Resultado! Ficou de castigo. A mãe depois de várias outras mentiras resouvel levá-lo ao médico.
     Saiu o resultado do exame e o médico abaixando a cabeça falou:
  -É dona Coló, esse menino é mesmo caso de poesia!


Adaptado por: Ana Luiza Oliveira Mendonça
O professor limão
Carlos Drummond de Andrade

-Olha o limonex, limonex! A melhor pedida contra a poluição!
-Com licença senhor vendedor, me explica essa história da pluição?
-Mas é claro! Bom, essa pluição não é essa que agente vê todos os dias de carro, ônibus, moto e caminhão.
-É qual então?
-É a poluição de dentro, a imundice do coração, a fumaça, os gases, essa porcaria toda que agente carrega no miolo da gente e os outros não tão nem aí... Saco?
-Mais ou menos, o que o limão tem a ver com isso?
-Tudo!!! É o limão que cura essa ferida.
-Então eu te compro uma limonada! Não, não, sibem que duas, sabe como é né? Estou precisando curar minha ferida...
-Sei muito bem. Aqui estão senhor, suas limonex no capricho!
-E quanto que custa?
-Pra cliente bom igual você que tem a capacidade de me escutar, não cobro nada!
-Muito obrigada pela história e pelas limonadas!
     E se foi o vendedor no sol de ´´lascar``, procurar outro cliente para a ferida do coração ele tirar.
Adaptado por: Ana Luiza Oliveira Mendonça
 Biografia: Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG no dia 31 de outubro de 1902.
Estudou em Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ.




Alguns anos vivi em Itabira.

Principalmente nasci em Itabira.

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.

Noventa por cento de ferro nas calçadas.

Oitenta por cento de ferro nas almas.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,

vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.

E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,

é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas que ora te ofereço:

este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;

este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;

este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.

Hoje sou funcionário público.

Itabira é apenas uma fotografia na parede.

Mas como dói!

Em Belo Horizonte era aluno interno no Colégio Arnaldo. Por problemas de saúde, interrompeu seus estudos no segundo ano.

Em 1921 publica seus primeiros trabalhos na seção "Sociais" do Diário de Minas. E em 1929 deixa o Diário de Minas para trabalhar no Minas Gerais, órgão oficial do Estado, como auxiliar de redação e pouco depois, redator, sob a direção de Abílio Machado.

1937 - Colabora na Revista Acadêmica, de Murilo Miranda.

                      A Praça da Estação de Belo Horizonte

Carlos Drummond de Andrade



Duas vezes a conheci: antes e depois das rosas.

Era a mesma praça, com a mesma dignidade,

O mesmo recado para os forasteiros: esta cidade é uma

promessa de conhecimento, talvez de amor.

A segunda Estação, inaugurada por Epitácio,

O monumento de Starace, encomendado por Antônio Carlos

São feios? São belos?

São linhas de um rosto, marcas da vida.

A praça da entrada de Belo Horizonte,

Mesmo esquecida, mesmo abandonada pelos poderes públicos,

Conta pra gente uma história pioneira.

De homens antigos criando realidades novas.

É uma praça - forma de permanência no tempo.

E merece respeito.

Agora querem levar para lá o metrô de superfície.

Querem mascarar a memória urbana, alma da cidade

Num de seus pontos sensíveis e visíveis.

Esvoaça crocitante sobre a praça da Estação

O Metrobel decibel a granel sem quartel

Planejadores oficiais insistem em fazer de Belo Horizonte

Linda, linda, linda de embalar saudade

Mais uma triste anticidade.


Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro, onde trabalha como chefe de gabinete, novo Ministro da Educação e Saúde Pública. Em 1940 publica seu livro "Sentimento do Mundo" que teve 150 exemplares.


Em 1987 foi homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira com o samba-enredo "No reino das palavras"  que venceu este carnaval.  No mesmo ano publica seu último poema: " Elegia a um tucano morto". No dia 5 de agosto de 1987, depois de 2 meses de internação, sua filha falece, vítima de um câncer, fato que deixa Drummond muito triste. Doze dias depois, Carlos Drummond de Andrade falece de problemas cardíacos e é enterrado no mesmo túmulo que a filha.

Objetivos do blog:
.Ler muito
.Aprender poesias e poemas novos
.Conhecer escritores
.Principalmente: aprender se divertindo!